O debate da Band, os postulantes ao Planalto e as candidaturas de Vera Lúcia, João Goulart Filho e José Maria Eymael

Vera Lúcia em foto com a imagem desenhada de Trotsky ao fundo

Por Fernando Lobato_Historiador

Prosseguindo com a análise das candidaturas ao Planalto, falaremos das candidaturas de Vera Lúcia, João Goulart Filho e Eimael.
Vera Lúcia é a postulante ao Planalto indicada pelo PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), nascido da primeira grande dissidência dentro do PT, em 1995. É um partido cada vez mais reduzido em número de filiados e militantes (ver aqui) por conta de sua leitura um tanto quanto otimista em relação a uma possível insurreição revolucionária do proletariado mundial. É um partido socialista de orientação trotskista, ou seja, que segue a cartilha de Leon Trotsky, um dos maiores ou talvez o maior líder da Revolução Bolchevique de 1917. O PSTU crê que o mundo vive um período pré-revolucionário em nível mundial e que seus membros devem estar prontos para liderar essa revolução tanto no Brasil quanto no resto do mundo. É um partido sem nenhuma cadeira no Congresso Nacional por conta de seu isolamento e sectarismo, bem como de sua fraca influência nos movimentos sociais organizados. A cláusula de barreira (ver aqui) pressionará o PSTU a uma fusão com o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) depois das eleições.

o ex-presidente João Goulart - afastado da presidência pelo Golpe Militar de 1964 - e o hoje candidato João Goulart Filho

João Goulart Filho é o postulante ao Planalto indicado pelo PPL (Partido Pátria Livre), um partido criado em 2011 por ex-guerrilheiros do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de outubro) (ver aqui) que, após abandonar as armas contra a Ditadura Militar (1964-1985) se filiaram ao MDB. O antigo MR-8 tem agora uma sigla partidária para chamar de sua. Em termos de orientação ideológica, é uma sigla que, diferentemente do PSTU, não está preocupada com a revolução proletária mundial, mas com um projeto de desenvolvimento nacionalista e soberano para o Brasil. Podemos dizer que é uma sigla que defende a conciliação e cooperação entre capital e trabalho que foi típica dos Governos de Getúlio Vargas (1951-1954), João Goulart (1961-1964) e, mais recentemente, de Lula (2003-2010). Eis porque foram buscar o filho de João Goulart para ser o seu representante em 2018. O PPL também será pressionado a se fundir a outro maior depois das eleições.

José Maria Eymal, o eterno candidato da Democracia Cristã brasileira

Ei Ei Ey Mael, o democrata cristão, é, pela quinta vez, candidato à presidência pelo partido do qual é presidente vitalício e que, por conta disso, impõe seu nome na disputa. É um caso muito parecido com o do garoto perna de pau que é o dono da bola. Se não  o deixarem jogar, se aborrece e acaba com o jogo levando a bola pra casa. Não terá, com toda a certeza, o apoio da maioria dos candidatos e candidatas que concorrerão pelo Democracia Cristã (DC) – o ex Partido da Social Democracia Cristã – porque, muito provavelmente, estarão fazendo campanha para candidatos à presidência dos partidos de direita maiores e com muito mais dinheiro para investir em suas campanhas. Com pouquíssimos segundos no horário eleitoral gratuito, nem vai dar pra ouvir direito o alegre jingle de campanha que é sua marca registrada (ver aqui). A cláusula de barreira também é uma grande ameaça para a continuidade de existência do partido de Eymael. 

Comentários