Por Fernando Lobato_Historiador
“Quem é a
Wal?”, perguntou Guilherme Boulos, presidenciável do PSOL durante o debate da
Band em agosto. Na réplica, Boulos enfatizou que Bolsonaro é a VELHA
POLÍTICA que conhecemos e desprezamos. Nessa velha política, cargo de assessor parlamentar
é apenas sinônimo de verba extra para fins escusos e imorais por parte de
políticos desonestos. A Wal, pelo que foi revelado, em vez de assessorar Bolsonaro
em questões de economia ou política externa em Brasília, ou ainda em serviços
administrativos em seu gabinete, conforme manda a lei, na verdade, trabalhava como
doméstica em sua casa de praia em Angra dos Reis (ver aqui). Somente esse fato
já seria mais que suficiente para demolir a propaganda de político ético que o
hoje presidente eleito sustentou na campanha, mas tal não ocorreu. Todavia, naquele momento, o público teve um pequeno exemplo
do que se esconde na Caixa de Pandora do clã Bolsonaro.
Fabrício Queiroz não é o Arlindo Orlando da
música da Banda Blitz, mas fugiu, desapareceu e escafedeu-se bem na hora que o
Brasil lhe cobra explicações sobre os mais de R$ 1,2 milhão que passaram por sua
conta em apenas um ano. Escafedeu-se bem
na hora que seu ex-patrão, que lhe empregou no gabinete do filho Flávio, tal
como o título da música citada, está a dois passos do paraíso de sua história
como político. Aparecerá antes da posse? Muito provavelmente não,
mas, se aparecer, terá de dar uma versão mais plausível que a de seu ex-patrão ao
justificar o cheque de R$ 24 mil na conta da esposa Michele (ver aqui). Pelo que as fotos divulgadas demonstram e
pelos R$ 40 mil de empréstimo que Bolsonaro diz ter feito ao ex-funcionário, não há a menor dúvida de que Fabrício era pessoa, de longa data, íntima
do clã Bolsonaro. Mas se era dinheiro lícito, porque Bolsonaro pediu-lhe que
depositasse na conta da esposa? Por que, para uma cifra nada desprezível, preferiu
o oculto ao explícito? Eis apenas uma das perguntas que teimam em não calar!
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