A ameaça do fascismo, o aprofundamento do abismo e a GREVE GERAL de 14 de junho



Fernando Lobato_Historiador
       
     “O governo Bolsonaro é um desastre”, disse em entrevista o cantor Lobão, ex-cabo eleitoral e eleitor arrependido do atual ocupante do planalto (ver aqui). Vendo crescer a rejeição contra seu governo e a rebelião do congresso contra medidas polêmicas como a facilitação do acesso a armamentos pesados (ver aqui), Bolsonaro chamou suas “tropas” para ocupar as ruas no dia 25/05. Foi uma reação para dizer que tem força para peitar o Legislativo e o Judiciário caso estes caminhem juntos para um novo “acordo nacional” para impeachtmá-lo. O termo correto deveria ser INTERDIÇÃO, visto que Bolsonaro não possui estrutura psíquica nem para ser síndico de um condomínio, que dirá para dirigir um país complexo e multifacetado como o nosso.
         Apesar da evidente falta de equilíbrio mental, Bolsonaro continua fiel à estratégia que o colocou onde está, fazendo uso intenso de fake news contra seus adversários. No dia 26, a maior das fake news era aquela que dizia que o sentido maior de seus seguidores nas ruas era a defesa da reforma da previdência e do pacote anticrime de Moro.  O verdadeiro motivo foi o recado dado ao Congresso e ao STF nos seguintes termos: não mexam comigo e com minha família, pois sou louco o suficiente para tocar fogo no país, pois tenho o apoio de um exército de fanáticos e das milícias espalhadas de norte a sul.
       Sabedor da condição mental do presidente, um deputado, que se autodeclara doido, se colocou à disposição para dialogar com ele (ver aqui). A convocação do dia 26/05 teve a marca fascista de Bolsonaro e seus seguidores, ou seja, revelando o desejo de um estado ditatorial pela força de um exército paramilitar com as bênçãos, senão de Deus - que nada tem haver com as loucuras megalomaníacas do ex-capitão do Exército -. pelo  menos das principais lideranças evangélicas, a quem já prometeu, inclusive, uma cadeira no STF (ver aqui).
Sendo assim, ou Moro se converte à uma das igrejas evangélicas que tratam Bolsonaro como um ungido de deus ocupando a presidência (ver aqui) ou dança na promessa já feita por Bolsonaro. É bom lembrar que Hitler também se considerava um ungido de deus convocado para salvar a Alemanha dos judeus e dos comunistas, ocultando que, a maior ameaça aos alemães, era ele próprio e a loucura que o movia intimamente.
         Os cortes na educação pública com o fim de beneficiar empresários do ensino privado (ver aqui), a tentativa de impor uma reforma da previdência mais perversa que a de Temer para benefício de banqueiros (ver aqui), a insistência em querer vender o patrimônio público a toque de caixa sem o respeito às leis (ver aqui), a intenção de entregar reservas ambientais para exploração hoteleira (ver aqui), a facilitação da exploração das terras indígenas por mineradores e madeireiros inescrupulosos, o apoio a um capitalismo selvagem que agride criminosamente o meio ambiente são exemplos claros da demência e completa falta de escrúpulos do Bolsonarismo e de sua obsessão pelas bênçãos não do Deus cristão, mas de MAMON ( o “deus” dinheiro), citado no Novo Testamento (ver aqui).
             É o mesmo mamon que fez a boa vida de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, que tenta de todas as formas impedir que se comprove o que já sabemos de antemão (ver aqui). Comprovação que, inevitavelmente, envolverá também o pai, visto que há fortes evidências da conexão do mesmo com as transações do filho (ver aqui e aqui). Comprovação que, inevitavelmente, dará ensejo à abertura de mais um impeachment em nossa traumática história republicana. Bolsonaro, portanto, não convocou suas “tropas” para defender nenhuma proposta de seu governo, mas, sobretudo,  para demonstrar força suficiente para intimidar e anular a ação do Ministério Público do Rio de Janeiro, órgão que investiga o seu filho Flávio.
            Eis porque a greve geral convocada para o dia 14 de junho de 2019 é tão importante! É o momento do gigante adormecido de nome Brasil acordar e se levantar para dizer basta ao descalabro e podridão em que estamos sendo enfiados de forma cada vez mais profunda. É preciso impedir que continuem nos empurrando para o fundo do abismo e a única forma de fazer isso é parando o Brasil no dia 14 de junho. Nossos Hermanos argentinos já fizeram a tal reforma da previdência que, segundo a lenda contada pelo governo e pela mídia vendida ao grande capital, teria o poder de destravar a economia e gerar empregos para todos.
Macri aprovou a reforma da previdência contando essa mesma historinha furada por lá e, até agora,  nada melhorou (ver aqui). Com a reforma da previdência na Argentina, o que mudou foi a profundidade do abismo, que já tragou para a miséria mais de 32% da população (ver aqui). Como a mentira é incapaz de admitir a verdade, já está espalhando outra mentira para não admitir a mentira já contada até aqui, ou seja,  que a crise argentina foi motivada pela demora na aprovação da reforma da previdência por lá e que aqui devemos fazer isso de forma muita rápida, ou seja, antes que tenhamos certeza de que querem nos enfiar em mais uma canoa furada e, por conta disso, saiamos as ruas para enterrar de vez essa proposta (ver aqui).
PARAR O BRASIL NO DIA 14 DE JUNHO significa lutar para que não surrupiem ainda mais os nossos direitos com o fim de nos obrigar a comprá-los do setor privado (saúde, educação, aposentadoria e outros). Muitos brasileiros já pagam duas vezes para ter esses direitos, mas o que querem agora é que o pagamento duplo seja generalizado. Para Brasil! MOSTRA TUA CARA E EXIGE RESPEITO!

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