A ética, a moral e o DESMOROLIZADO


Por Fernando Lobato_Historiador

        Quando alguém leva o carro ao mecânico espera o quê? Que o mecânico o conserte sem inventar defeitos para tornar abusivo o preço do serviço. Quando alguém contrata um pedreiro para fazer uma obra, espera que ele não desvie indevidamente parte do cimento, da madeira ou outro material.  Essa expectativa em relação ao mecânico e ao pedreiro decorre da ética que se espera de todo profissional que desempenha sua função de forma correta. Ética, portanto, está intimamente ligada à honestidade e moralidade que afasta a tentação das vantagens indevidas ou criminosas por conta daquilo que se faz.
      Qual a ética que se espera de um juiz? Porque lhe pagamos um alto salário? Para que se mantenha rigorosamente dentro da ética e moralidade de quem tem a missão de julgar os acusados de afronta às leis. O que diríamos de um advogado que, em vez de defender o cliente, negocia os interesses dele com a parte contrária em troca de vantagens indevidas? Com certeza diríamos que não se trata de um advogado e sim de um sujeito desonesto, mau-caráter e fora da lei, ou seja, de um BANDIDO. Moro não era advogado, mas juiz e os áudios já revelados (ver aqui) demonstram que agia de forma muito parecida com o advogado mau-caráter do exemplo acima.
       Condeno Lula e me torno ministro do STF (ver aqui). Condeno Lula e a grande mídia me transforma no SM (Super-Moro), o “herói que salvou o Brasil da corrupção” (ver aqui). Condeno Lula e tenho a garantia de viagens inesquecíveis e jantares maravilhosos ao lado de gente muito rica e poderosa (ver aqui). Condeno Lula e, quem sabe, me torno o próximo presidente da república das bananas brasilis (ver aqui). Yes, nós temos banana, diz a música (ver aqui), porque fomos colônia e devemos continuar colônia, devem ter dito alguns dos megainvestidores privados dos EUA, país que treinou Moro para ser o nosso grande “herói” e “patriota” (ver aqui).
      O “patriotismo” de Moro e Dalagnol salta aos olhos, por exemplo, nos diálogos vazados pelo “The Intercept”, assim como a sua confiança no Ministro Fux do STF. Sobre ele, Moro, nosso grande “patriota” diz em bom “português": “IN FUX WE TRUST” (ver aqui). O que ele quis dizer com “EM FUX NÓS CONFIAMOS!”? Que ele julga com a mesma “parcialidade” de Moro? Ou, pior ainda, que atua em conluio com os acusadores para  ferrar aqueles que a “justiça” quer condenar à revelia das provas e das leis? Os áudios do THE INTERCEPT não são a KRIPTONITA dos filmes do SUPERMAN, mas já se pode afirmar que tiveram o poder de enfraquecer e DESMOROLIZAR a figura de MORO.
     Isso mesmo, ficou evidente que Moro está muito longe de um homem com qualidades excepcionais a ponto de ser considerado um super-herói. Pelas evidências, parece nunca ter atuado pensando no bem público ou nos interesses da nação. Se já teve e continua tendo superpoderes por conta do cargo de superministro, não parece tê-los utilizado para fazer justiça doa a quem doer como o mito que foi criado em torno dele sugere, mas para manipular o processo legal contra os inimigos dos seus amigos e, ao mesmo tempo, impedir que as leis os alcançassem (ver aqui). 
   O Moro depois dos vazamentos do THE INTERCEPT é um Moro DESMOROLIZADO. O homem real por detrás do ex-juiz de Curitiba, pelo que até aqui foi revelado, não ia além de um político desonesto fazendo uso indevido do cargo! Nada mais que isso! Triste ver um país que, para fugir dos problemas concretos, apela para MITOLOGIAS que até as crianças mais espertas desconfiam, tipo Papai Noel e coisas do tipo.
               

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