A mentalidade nazi-empresarial, o pronunciamento do fantoche e a calamidade de 500 anos de nome Brasil
O pronunciamento tresloucado de Bolsonaro, feito em 24 de março, está em sintonia com o que vou
chamar aqui de mentalidade nazi-empresarial. A relação íntima entre nazismo e grandes corporações privadas não é nenhuma novidade (ver aqui), mas aqui vou transportar essa mentalidade para séculos
antes de Adolf Hitler, ou seja, para as caravelas portuguesas que aqui
aportaram no século XVI. Era uma mentalidade que raciocinava assim: que mal tem
escravizar esses indígenas preguiçosos se o resultado vai ser o progresso e a
geração de riquezas nessa terra abandonada por deus? Que mal tem estimular e garantir o tráfico
negreiro se isso é necessário para alavancar os negócios na terra brasilis? Não
há problema na morte de parte dos negros transportados em condições degradantes
e sub-humanas quando o resultado é um lucro fabuloso para traficantes e
senhores de engenho e, ao mesmo tempo, garantia de arrecadação para os cofres
da coroa portuguesa. Eis, em linhas gerais, a visão nazi-empresarial que fundou
o Brasil e o conectou às engrenagens do capitalismo internacional.
Em março de
2020, passados mais de 500 anos, constatamos que a mentalidade nazi-empresarial atravessou os séculos e continua viva e forte, principalmente porque está representada na presidência
da degradada república brasilis. O pronunciamento de Bolsonaro foi o discurso de um fantoche a serviço dessa mentalidade que concebe a vida
humana como algo banal diante da manutenção da roda capitalista em
funcionamento. Para Roberto Justus (ver aqui), que já foi o Trump brasileiro na
TV, assim como para o dono da rede Madero de restaurantes (ver aqui), que
relevância tem a morte de alguns milhares por conta do corona vírus num país
onde se morre muito mais por outros motivos? Esse é o raciocínio dos
nazi-empresários brasileiros de 2020.
Numa coisa
eles estão cobertos de razão: o Brasil, desde 1500, é uma calamidade pública e
a vida, pelas bandas de cá do Atlântico, sempre transcorreu de modo calamitoso,
de modo que o corona vírus, perto das calamidades com as quais sempre
convivemos, não é grande coisa. Apesar de sempre terem vivido no meio do caos,
brasileiros e brasileiras nunca deixaram a roda do capitalismo parar, de modo
que, na visão nazi-empresarial, o corona vírus não é digno de realizar essa
façanha. Foram os nazi-empresários que
se encastelaram no poder com a posse de Michel Temer e seu projeto de
construção das “pontes para o futuro” (Emenda do Teto, Reforma Trabalhista,
Previdenciária, Administrativa, PEC Emergencial e outras).
Temer
construiu e inaugurou as primeiras pontes desse projeto que nos leva a um
futuro de 500 anos atrás. Bolsonaro foi
posto no poder para continuar a obra iniciada por Temer, razão pela qual a
indústria de fake news que demoniza a esquerda e exalta o nazi-fascismo foi
ativada. Ocorre que Bolsonaro sonha ser um fuher tupiniquim de verdade e as
elites preferem um que se porte como a rainha da Inglaterra, ou seja, querem um
fantoche sem o defeito da megalomania de Hitler.
O problema
é que o narcisismo faz parte da essência de Bolsonaro. Quando seu séquito de
fanáticos amalucados o chamam de MITO,
ele deve entrar em êxtase acreditando que é mesmo o MESSIAS que desceu do céu
para salvar o capitalismo da ameaça esquerdista. Ele, portanto, parece ter
embarcado nesse sonho maluco alimentado por Olavo de Carvalho. O impeachment já
está na agenda e Mourão já foi notificado para se preparar para assumir como
fantoche substituto, visto que a construção das pontes do atraso não podem
parar. Pela mudança de estilo e no tom das palavras desde a posse, ele parece
disposto a cumprir bem o papel. É aguardar para ver.
Parabéns professor.
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