O "feitiço", os fatos e as fake news

Por Fernando Lobato_Historiador

É fato que o poder econômico, até as eleições de 2018, era o principal fator para a vitória nos pleitos eleitorais, ou seja, a capacidade para mobilizar aliados com muita grana para gastar em troca de vantagens futuras.  Em 2018, o poder econômico continuou sendo fundamental, mas, para além dele, entrou em cena uma arma tão ou mais poderosa que muito dinheiro para gastar, ou seja, as FAKE NEWS.

Foi em função dessa novidade, tanto quanto do poder econômico necessário para disseminá-las em larga escala (ver aqui), que Bolsonaro conseguiu “enfeitiçar” a mente de milhões de eleitores que, lendo e assimilando FAKE NEWS, acreditavam estar diante de fatos verdadeiros e inquestionáveis (as mamadeiras de piroca nas creches públicas, os livros de estímulo ao homossexualismo nas escolas e a vinculação do PT ao satanismo são as mais conhecidas).  “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”, frase atribuída a Jesus, foi apropriada pelo “feiticeiro” como um mantra para negar e desqualificar as versões contrárias.

Lá se vão quase dois anos de persistência desse “feitiço” sobre o Brasil, mas, gradativamente, vemos seu efeito diminuir e, hoje, muitos daqueles que chamavam o “feiticeiro” de “MITO” e “MESSIAS”, passaram a lhe destinar ofensas e impropérios. Todavia, apesar do crescente despertar, o “feitiço” persiste a ponto, inclusive, de provocar aglomerações mesmo em tempo de pandemia (ver aqui).

As FAKE NEWS da COVID-19 como uma gripezinha sem grandes consequências, dos caixões enterrados sem ninguém dentro para provocar pânico na população (ver aqui), do presidente comprometido com o combate à corrupção (ver aqui e que não tentou interferir na Polícia Federal (ver aqui) se desvanecem em função de uma realidade com fatos cada vez mais desmoralizadores tanto do “feitiço” quanto do “feiticeiro”.

O “feitiço”, felizmente, deixou de ser tratado como coisa fantasmagórica e agora é objeto tanto de uma CPMI no Congresso (ver aqui) quanto de um processo no STF (ver aqui). Tal como aqueles episódios do SCOOBY-DOO (ver aqui), que retratam casas ou locais mal assombrados, nada, na verdade, tem ligação com o sobrenatural, mas com esquemas muito bem bolados e montados por gente pra lá de mau-caráter, desonesta e de ambição ilimitada. O que todos esperamos, para o bem do país, é que as FAKE NEWS sejam criminalizadas e toda essa corja tenha o destino que merece: CADEIA POR LONGOS E LONGOS ANOS.


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