As frustrações, o complexo de inferioridade e os delírios ditatoriais do hóspede do Planalto

 

O atual hóspede do Planalto no passeio que fez a cavalo durante a manifestação antidemocrática de 31 de maio de 2020, em Brasília.

Por Fernando Lobato_Historiador

          O atual hóspede do Planalto, ou seja, que tem tempo determinado para continuar lá, já ocupou as fileiras do Exército, de onde foi forçado a sair, em 1988, acusado de incompatibilidade para o oficialato. Não perdeu a patente de capitão por que foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM) da acusação de planejar a explosão de uma adutora de distribuição de água no Rio de Janeiro. Nas avaliações que constam em documentos do Exército, segundo o que consta no Wikipédia, com base em matéria publicada pela Folha de São Paulo em 16 de maio de 2017, ele teria sido avaliado por seus superiores com os seguintes termos: “excessivamente ambicioso”, “agressivo", "irracional" e "desequilibrado". (ver aqui no item carreira militar).

Os atos que determinaram sua saída do Exército estavam todos relacionados com seu engajamento na denúncia de deterioração dos vencimentos militares depois da Ditadura Militar, fato que sugeria uma possível vingança dos civis contra eles e que lhe rendeu atenção e apoio da classe militar quando decidiu ingressar na política. Graças ao apoio da classe militar, elegeu-se deputado federal por sete mandatos seguidos, e, ao longo desse tempo, foi inserindo seus filhos na política, elegendo-os com os votos de sua principal base de apoio.

Embora bem sucedido eleitoralmente, o atual hóspede do planalto nunca foi respeitado no meio político, pois nunca presidiu comissão, liderou partido ou ocupou cargos na direção da Câmara dos Deputados, onde sempre foi visto como membro do "baixo clero" (ver aqui). Frustrado nas suas ambições de liderança no Exército e no meio político, muito provavelmente, nutriu ódios e ressentimentos, bem como um complexo de inferioridade que, considerando o cargo que hoje ocupa, o torna gravemente ameaçador e perigoso.

Tudo caminha para que mais uma grande frustração se some àquelas já acumuladas, ou seja, a posse do título de pior presidente da história do país em face dos graves e enormes prejuízos provocados à nação brasileira em tão curto espaço de tempo. Ele chegou ao topo do poder, mas não obteve a respeitabilidade da qual se julga merecedor e que muitos insistem em lhe negar, com exceção, é claro, dos que ainda lhe chamam de "mito" e que desconsideram que tal termo se relaciona com algo que costuma não passar de mera ilusão ou ficção.

Acostumado a escandalizar, o atual hóspede do Planalto aprontou mais uma ao provocar uma crise militar com a demissão de um ministro da defesa (ver aqui) que foi julgado inadequado por conta da sensatez dele e das FA de não alimentar os delírios ditatoriais de um egocêntrico preocupado com sua afirmação pessoal num país em que milhares morrem todos os dias por conta, em grande medida, da insanidade que se instalou na administração federal. Em que medida esses delírios insanos estão relacionados com suas frustrações? O vilão por detrás da obsessão de querer moldar a realidade à forma distorcida como a enxerga é o seu complexo de inferioridade?

Uma coisa é certa: o Brasil continua a mercê de alguém que o Exército, no passado, já teria avaliado como "excessivamente ambicioso, agressivo, irracional e desequilibrado".  Cabe agora, não apenas ao Exército, mas a todas as instituições de nossa república, ações visando a proteção de uma nação que vivencia uma grave tragédia e que, não bastasse isso, continuará sendo atormentada, pelo menos até o fim de 2022, por um hóspede do Planalto que já se tornou pra lá de incômodo e nocivo quando se considera o patamar civilizatório que alcançamos depois do fim da ditadura militar. Que a saúde e a sanidade voltem a reinar entre nós!!!!



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