Malas de dinheiro encontradas pela PF em 2017 por Fernando Lobato_Historiador |
A mala com 500 mil reais carregada por Rocha Loures (ver aqui e aqui), então assessor de Temer, o vice que se tornou presidente com o impeachment de Dilma, é um dos fatos mais escandalosos de nossa história recente, mas não o maior. Com a operação "Lava Jato" vendeu-se a tese de que o país estava sendo passado a limpo e Moro foi alçado à condição de "super-herói". Moro, porém, é o mesmo que recomendou que não se “melindrasse” o ex-presidente FHC por conta de evidências contra ele (ver aqui) e aquele que, para os crimes de caixa 2 do Lorenzoni, achou suficiente um mero pedido de desculpas (ver aqui). Moro também é aquele que deixou de ser juiz para reforçar o time presidencial que, supostamente, iria fazer uma limpeza geral no país.
A ópera que
se assistiu no Brasil enfatizou que toda a corrupção existente tinha o
ex-presidente Lula como cabeça. Nessa ópera, o PT era o câncer que, ao ser extirpado,
devolveria a saúde e o vigor ao país. Dilma foi afastada e Lula, pouco depois,
seria condenado pelo “herói” Moro para ser trancafiado numa cela da PF em
Curitiba. Ao término do grande "espetáculo", a nação foi às urnas
para eleger aquele que iria continuar a "limpeza". Poucos atentaram que
se tratava de alguém que não tinha por hábito a honestidade no uso do dinheiro
público (ver aqui aqui e aqui e aqui). É alguém que gosta tanto das vantagens de ser político num país de corruptos
como o nosso que, tão logo entrou na política, tratou logo de por também os filhos para desfrutar das mesmas regalias. Como pai,
o atual hóspede do Planalto, deve ter ficado muito feliz com a casa atual do filho
Flávio. Flávio é aquele que, recentemente, comprou uma mansão de 6 milhões de
reais (ver aqui) e o mesmo que é acusado
de comandar um esquema de corrupção quando era deputado estadual no Rio de
Janeiro (ver aqui). Esquema que era
operacionalizado pelo Queiroz, amigo íntimo e de longa data do atual hóspede do
Planalto, que, como é sabido, tem Temer como aliado político (ver aqui). Temer,
como também sabemos, é aquele que passou a faixa presidencial para o atual
hóspede do Planalto e o mesmo que, segundo a acusação da PGR, era o
destinatário da mala com 500 mil reais que Rocha Loures carregava numa noite de maio de 2017. Temer tem
motivos de sobra para continuar rindo à toa, seja por continuar próximo do
poder seja por continuar livre, leve e solto mesmo depois de tantas acusações.
Muito outros, assim como ele, também tem motivos de sobra para continuar rindo
à toa. Esse é o caso de figuras como Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, Fernando
Collor, Romero Jucá, Renan Calheiros e tantos outros. Todos nunca deixaram de
viver livres, leves e soltos, bem como desfrutando das fortunas que acumularam
ao longo da vida como políticos. Todos, como se sabe, estavam unidos no impeachment
de Dilma e vários deles foram às ruas louvar a "limpeza" que estava
sendo feita no país. Um dos que
costumavam aparecer nas passeatas em que a grande maioria vestia a camisa da
seleção brasileira era Gedel Vieira. Em agosto de 2015, numa das passeatas
verde amarelas, ele disse que "o país não aguentava mais o roubo dos
petistas" (ver aqui). Dois anos depois, a PF localizaria, num de seus
apartamentos em Salvador, cerca de 51 milhões de reais armazenados em diversas
malas e caixas de papelão (ver aqui). Gedel, um dos braços direitos do
ex-presidente Temer, em função do flagrante, acabou preso, mas não demorou
muito para obter o benefício da prisão domiciliar - e sem tornozeleira eletrônica.
Apesar
de tudo isso, para os que ainda acreditam e dão crédito ao atual hóspede do Planalto, a
condenação e prisão de Lula, rotulado por eles como o maior criminoso do país, teria sido um marco positivo do combate à corrupção e da aplicação da "justiça" em nosso país. Depois da decisão do STF anulando suas condenações (ver aqui), os malas hipócritas do poder e o gado a serviços deles voltarão com o estridente e chato discurso falso moralista já bem conhecido de todos nós. Vale lembrar que foi o atual hóspede do Planalto, no ano passado, quem decretou o fim da Lava Jato alegando que não há mais corrupção (ver aqui). Alguém acredita? |
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